Pessoas que não têm o que fazer:

segunda-feira, janeiro 31

Olhe-me

Os olhos mostram o que as mãos não podem tocar, o que as palavras não podem dizer, compartilhando assim, uma infinidade de códigos indecifráveis.
Por intermédio destes olhos castanhos, que suas palavras são desnecessárias. A pouca experiência já me faz especialista fanática por seus olhos que tanto me dizem, tanto me mostram e ainda sim, peço-te a quebra do silêncio para que aja a certeza que o momento que eu for suficiente para evitar suas mágoas com apenas um olhar, breve chegará.
Essa música bonita que soava doce quando dizias "amo você" ainda não havia feito de mim, crente. Eu precisava que o sol brilhasse o dia inteiro, ou talvez, só quisesse a prova de que estivessemos mais que juntos por mãos que se tocam, e seu olhar...eu não poderia explicar, ele me deu tudo de que eu precisava naquele momento.
É que eu senti seu olhar rasgando-me a alma de forma tão profunda que me pus a chorar em seus braços. O seu amor em formato de olhar penetrou-me quebrando o silêncio.
E agora eu entendo a razão da qual os sábios dizem que o amor dói, mas que todo sofrimento é recompensado.

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Dedicado a junção de nossas almas com seu olhar de preocupação diante de meu descuido naquele dia, na beira de um lago da cidade de Itu. Estavamos a mais que 24 horas sem praticar uma troca de palavras e tudo se quebrou.
Só eu vi seu olhar. Só eu o senti e enxerguei nele, sentimentos que ainda não foram nomeados.
E ao lembrar, eu ainda sinto ele me rasgando e ponho-me a cair em lágrimas.


domingo, janeiro 30

Era o motivo.





É porque eu era uma alma ambulante dentre tantas outras facilmente substituível. É porque eu crucificava um boneco de mim a cada erro, afirmando-me o pior gênero de ser existente nesse mundo que já não girava em meu eixo.
É que eu não sabia perdoar e fiz de mim uma personagem fictícia que amava mais do que era amada e já desacreditava nas formas e gradações desse amor. Amor esse de febre, que arde quando menos queremos,  cessa quando menos esperamos e volta naquela circunstância desprotegida em que ficamos nos dias de chuva. É porque o verbo amar pode ser concreto e abstrato, e eu nunca entendi ao certo o que isso significava, pois mesmo desacreditando, eu amava as formas mais desumanas e desagradáveis possíveis por ser uma alma ambulante que observava mais que rostos.